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As mulheres de César

Impossível esquecer a Antiguidade, não apenas pelo que ela repercute sobre os dias atuais. Criam-se novas tecnologias, faz-se do Planeta não mais que uma aldeia, tornamo-nos todos vizinhos que apenas se distanciam pela geografia, continuamos a matar como se matava naqueles tempos. Só não se alteram certos comportamentos humanos, pondo-nos em dúvida até sobre a inteligência humana. Quando não ocorre de ela ser desafiada pelo que se tem chamado (embora o cientista brasileiro Nicolelis o rejeite) inteligência artificial, instrumento de que se valem os que só veem a burrice natural ostentada por alguns. Em 1 de maio do ano 62 a.C., uma das três mulheres de Júlio César (Cornélia? Pompeia? Calpúrnia?)foi admoestada pelo imperador. Nem se fale da egípcia Cleópatra! Dela se dizia o que os maledicentes de sempre dizem das mulheres de quem não obtêm algum favor especial. O que bastou, no entanto, para levar o governante traído por Brutus a dizer o que disse, e poucos os homens de hoje que se dão conta do sentido e da importância da frase: à mulher de César não basta ser honesta, mas parecer honesta. Nada difícil avaliar quanto tal expressão caiu no esquecimento, seja dos que nunca leram um só livro, seja de ilustrados e festejados senhores. É do que se preenche o noticiário destes dias distantes quase 2.100 anos da ocorrência e da frase que a tornou emblemática. Neste caso, não se diga que a má aparência escolhe lado. Podemos vê-la na direita e na esquerda, no autoritário e no libertário, no erudito e no ignorante, no rico e no que ele explora. Enfim, No passado, os césares ainda se preocupavam em guardar algum decoro. (Nem sei se essa palavra já fora inventada).

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