A violência na política
- Professor Seráfico
- 20 de set.
- 2 min de leitura
Depois que o direitista Charlie Kirk foi assassinado a tiros, nos Estados Unidos, parece crescer a preocupação das lideranças e dos cidadãos avessos a tais práticas, nos Estados Unidos da América do Norte, tanto quanto no Brasil. Pode ser até exagerada minha percepção de que o produto mais típico da sociedade norte-americana é o serial-killer. Talvez ainda seja exorbitante dizer ser esse tipo de delinquente um dos mais importantes itens das exportações norte-americanas. Hoje, episódios como os de Columbus University e outros menos lembrados passaram a ser noticiados em outros pontos do Planeta. Nações tidas e havidas como modelos de paz e concórdia, como a Noruega e a Suécia, também já experimentaram a amargura de ações semelhantes. Em qualquer hipótese, essa é apenas parte dos costumes do país de Trump, sendo que a violência e a resolução de problemas sociais, econômicos e de outra natureza, não raro é encontrada num projétil metálico, disparado de arma letal. Ou seja, a violência parece ingrediente do caldo de cultura ianque. No caso da política, igualmente, é preciso achar normal e saudável que quatro presidentes sejam mortos em consequência do disparo de uma arma de fogo, para tolerar a reiteração dessas manifestações do american way of life. Pior, para admiti-la em nossas outras nações. Este, me parece, problema desdenhado, quando se sabe que o golpe de estado frustrado em 08 de janeiro de 2023 incluía dentre seus objetivos a eliminação física do Presidente da República, do vice-Presidente e de um Ministro da mais alta corte de Justiça do País. Tirar a vida de qualquer ser humano, onde quer que ocorra, qualquer que seja seu pretexto, é algo que não pode se admitido como correspondente à condição de humanidade que reivindicamos, para nós mesmos e para terceiros. A Lei, neste caso, dispõe de meios que podem impedir a consumação de simples assassinatos, como se vê nos institutos da legítima defesa e do estado de necessidade. No primeiro caso, o risco de morrer permite ao ameaçado defender-se, sem que disso decorra a incursão no crime tipificado como assassinato. No outro, o preceito de que a Vida é nosso maior bem assegura ao que, para preservar-se a si mesmo, acaba por levar à morte o outro. Esta hipótese costuma ser ilustrada quando um passageiro de barco, em pleno naufrágio, disputa um salva-vidas com outro náufrago. Na legítima defesa, a proporcionalidade da reação da pessoa ameaçada, em relação ao risco da ameaça é levada em conta. Nem é tão curioso, pois a experiência deixa isso bastante claro, que a direita mata mais que a esquerda. Aí, é uma questão de valores, que o interesse por ignora-los e fazer de conta que não subjazem à escolha por algum dos lados do espectro político e ideológico acaba por atribuir normalidade à selvageria que os pretensos imperadores do Mundo espalham, Planeta afora. Seja quem for a vítima, reze pela cartilha que lhe pareça melhor, os bons cidadãos não podem admitir normalidade no uso de violência como forma de resolver problemas. Qualquer que seja a natureza deles. Fazê-lo representa, enfim, a confissão de impotência e impossibilidade em tornar-se - e manter-se - humano.
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