A ferida e o dedo

Leio nos jornais uma constatação que, nem por tardia, perde importância. O Amazonas é dos três piores estados no ranque de atendimento às necessidades da população. E tem assegurada indesejável posição em alguns dos mais graves problemas enfrentados pela população. Terceiro na violência, não tem classificação muito diferente, quando se trata dos serviços de saneamento básico, habitação aqui incluída, e da segurança pública. Sem que sua capital, Manaus, perca a condição de uma cidade dentre as que registram maior PIB. Nem por isso, os problemas que afetam a capital ajudam a melhorar a avaliação da unidade federativa. Pior, ainda, se considerada a concentração da riqueza produzida. Mesmo quando os segmentos econômicos festejam resultados econômicos, financeiros e monetários alcançados, a realidade vivida pela maioria dos habitantes, na capital e no interior, continua a mesma. Sequer temos olhos capazes de ver quanta pobreza o enriquecimento concentrado produz. Por enquanto, temos dado prova de que podemos ser produtivos. Não a temos dado contudo, quanto à disposição de tornar menor a desigualdade social. E ai de quem se disponha a pôr o dedo na ferida!