top of page

Ética e bandidagem

Dentre os mais sábios ou lúcidos, comenta-se a importância da pergunta, mais que da resposta. As respostas, aparentemente mais difíceis, tornam-se supérfluas, inúteis, desprezíveis, se oferecidas a perguntas erradas. No mínimo, o esquecimento dessa peculiaridade acaba por comprometer o próprio juízo que se faz do objeto e de sua natureza. Pergunta que se impõe é trazida à baila, quando o Conselho de Ética da Câmara livra um colega e renuncia ao dever, mais que direito, de puni-lo. Nesse caso, a pergunta é: o que esperar de um grupo que propõe acobertar crimes atribuídos a seus integrantes, só não o fazendo por motivos nada elogiáveis? Ou seja, impossível imaginar que apoiadores da PEC da Bandidagem desmentiriam seu compromisso com os valores expressos nessa proposta, ao apreciar as denúncias contra um declarado traidor do País. Mais uma vez, corremos o risco de ver consagrada a impunidade de delinquentes, não pela inexistência de provas, mas pela abundância delas. Enfim, essa é a ética processada pela maioria dos parlamentares, sabedores antes de todos os demais brasileiros, do grau de comprometimento com atos ilícitos.

Posts recentes

Ver tudo
O direito como caminho da Justiça

Mais se aprofunde a busca de uma democracia que mereça tal título, maior a necessidade de as carreiras jurídicas serem trilhadas pelos que conhecem o Direito e cultivam os melhores sentimentos humanos

 
 
 
A linguagem diplomática

Prevista para hoje, a conversa de Lula com Trump tem motivado especulações nem sempre razoáveis. Ou, no mínimo, fundadas mais no desejo dos comentaristas que nas circunstâncias. Por enquanto, grande n

 
 
 
República revogada

Parece brincadeira, mas os parlamentares brasileiros esforçam-se por restaurar a sociedade do passado. Uma espécie dos tempos em que havia bruxas e fogueiras que as queimavam. Incapazes sequer de ver-

 
 
 

Comentários


bottom of page