Desde o governo Collor, interrompido ou tímido nos governos Lula e Dilma, o desmantelamento do Estado brasileiro segue firme. Agora, os exterminadores - de povos, ambientes e esperanças - nem precisam repetir o anúncio que coube ao ex-sinistro do Meio Ambiente proclamar. A boiada agora vai passando, paradoxalmente impulsionada pelas autoridades e órgãos encarregados do pastoreio. Seria prova de absoluta ignorância admitir que algum setor das atividades públicas fosse poupado da sanha destruidora. Cabe mencionar, especificamente, a Ciência e a Tecnologia, assediadas em grau correspondente à da sabotagem sofrida pelo SUS, a Fiocruz e o Butantã, no enfrentamento da covid-19. Temos mais de 650 mil mortos e intensa devastação florestal para o atestar. Mais especificamente, ainda, o desdém afeta o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Com apenas 473 servidores ativos, o INPA está ameaçado de perder em curtíssimo prazo, 267 deles. Só 110 pesquisadores, que equivalem à redução de 30% no contingente registrado em 2018, estão em atividade. Hoje, muitos trabalhando com o abono-permanência, eis que completado o tempo para a aposentadoria. Não faltassem a má vontade e a hostilidade do Presidente da República, o celebrado e respeitado instituto tem a prejudicá-lo a circunstância de inserir-se no Ministério transformado em sinistério dirigido por um carona. Colocar as nádegas no assento de uma astronave foi quanto custou o sacrifício do nosso futuro. Enquanto o preço dos combustíveis alcança níveis inimaginados, as florestas são devastadas a toque de caixa, indígenas, quilombolas, mulheres e membros da comunidade LBGT+ maltratados, o dólar chega a valores absurdos, as armas passam a substituir o argumento, o ódio mostra sua face em quase todos os setores da atividade governamental. Ai de quem falar em violência!- fazê-la tornar-se parte essencial das relações sociais e, assim, admiti-la, defendê-la, facilitar sua ocorrência e pôr nas mãos dos cidadãos o móvel necessário não é tarefa a ser reservada a uma só das funções sob a responsabilidade do Estado. É preciso levar tudo isso a cada canto do País, a cada lar brasileiro, junto com as esperanças gradualmente - e com que celeridade! - perdidas.
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