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Foto do escritorProfessor Seráfico

Um equívoco

Expressiva sob qualquer ângulo de que se observe, a reunião para leitura da Carta às brasileiras e brasileiros, na Faculdade de Direito da USP pode anunciar período em que a defesa da democracia ganhará mais participantes. Seja qual for a restrição dos intérpretes do Direito, alguns dos quais desprezam o conteúdo jurídico da vida política, não se pode negar o impacto de atos como o ocorrido no pátio da Faculdade de Direito do largo de São Francisco na sociedade. Ainda mais, quando o novo documento encontra inspiração e precedente na célebre Carta de que Gofredo Telles Júnior foi o redator. Da primeira, redigida e lida em 1977, até aqui, passaram-se 45 anos. Quatro décadas e meia depois, enfrentamos os mesmos desafios, desta vez com gravidade ainda maior. A começar pela cultura do ódio disseminada, de que a substituição do argumento característico do bom debate pelo uso de armas de fogo, de que o próprio Presidente da República se faz exaltado propagandista. Que manifestações semelhantes à do dia 11 de agosto em cerca de 50 cidades do País reproduzam-se nas próximas semanas - é o mínimo que se pode desejar. Talvez em alguma delas seja corrigido equívoco constante da Carta de Gofredo: a Constituição de 1988, cidadã como a classificou Ulysses Guimarães, não é obra de uma Assembleia Nacional Constituinte. Ela foi feita pelo Congresso Nacional, travestido de Assembleia Constituinte.

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