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Foto do escritorProfessor Seráfico

Tudo vira fumaça

Há quem invoque a lei do retorno, para explicar a reação da natureza, com as cheias que afetaram a maioria das cidades gaúchas. Os males causados ao meio ambiente, a que não faltou o estímulo dos governantes de lá, daria sustância acessa hipótese. Outros invocam uma das leis da física clássica, a que diz a toda ação corresponder reação que lhe é proporcional e em sentido contrário. Prefiro conjecturar a respeito do que chamo organização dialética do Universo. Neste caso, mais do que nas outras interpretações, pesa a influência das ações humanas e seu impacto na própria natureza. Produto dela, como todo animal, o homem é, simultaneamente, o agente mais destacado nas relações com a natureza. Se ele tem posta à sua disposição imensurável quantidade de recursos, das formas como se apropria e usa esses recursos nem sempre são louváveis os resultados. A crise ambiental que só a ignorância ou, mesmo, a estupidez humana leva a contestar, dó tem crescido nas últimas décadas. Isso, porém, não diz tudo. É preciso olhar em volta para pelo menos tentar identificar algumas das causas que podem explicar a situação de emergência para a qual a cada minuto somos levados. A deterioração do ambiente coincide com fase histórica marcada por exponencial taxa de crescimento da acumulação privada. Em consequência, e como já se tem observado e denunciado, a desigualdade gerada pela acumulação condena grande parte da população do Planeta à doença, à fome e à morte. Também não nasceu do nada esse tipo de relação desigual entre segmentos sociais, em todos os continentes. Com a desvantagem de sequer termos medida de comparação, haja vista a tomada do poder por parceiros na visão de mundo da direita. Alguns, alegando ideário conservador, capturam o poder e caminham, a passos céleres e marcha batida, em direção ao passado. Não é de outra coisa que se trata, quando se constata a existência de trabalho escravo, aqui, mas também em muitos outros países. Em que isso vai dar, ninguém tem condições de prever. Sabe-se, porém, que a tempestade não se nega a comparecer, quando sopram maus ventos. Quando e onde sucessivamente, é impossível fazer. Mas, pela lei do retorno, pela segunda lei de Newton ou segundo a dialética, haverá o dia em que a solidez se desmanchará no ar.

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