Dentre os jargões e clichês destes trágicos tempos, um tem chamado minha atenção. Eufemismo capaz de esconder os interesses, legítimos ou não, dos militantes por alguma causa, as lideranças (ou os influencers, se preferirem) e porta-vozes são identificadas pelo seu lugar de fala. Isso, se a uns confunde, a outros impede de enxergar com clareza as causas e os vínculos do orador a elas dedicado. Há, entretanto, fugas a essa tipificação, com frequência maior que a suspeitada pelos tipificadores. O ex-Presidente da Fundação Palmares e a multidão de pobres acampados na porta dos quartéis são exemplares. Agora, a frustração já faz muitos deles trocarem de lugar. E sua fala quase nada tem do discurso anterior. Não só em relação à preferência ideológica, mas também quanto às suas convicções econômicas. De bravos e intimoratos defensores da livre iniciativa, veem-na agora como insuficiente e incapaz de promover a retomada da economia, feita em frangalhos pelo (des)governo que apoiavam e incensavam sem o menor pudor. Como a revelar que poder e pudor jamais darão rima. Além da volubilidade e da mobilidade de onde se fala.
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