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Teto e tetas

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

Surpresa não é sentimento que afete pelo menos parte expressiva da sociedade brasileira. Para alimentá-la em algum momento, seria necessário ignorar o histórico dos protagonistas ou, hipótese menos consistente, sofrer absoluta perda de memória. E interesse pelo conhecimento, tantos os registros que ajudam a desfazer equívocos ou eventuais mal-entendidos. A trajetória do atual Presidente da República (até quando?) é tão abundante de fatos negativos, quanto farto, diversificado e grave o elenco de provas de suas mais recentes façanhas. Todas elas, afinadas com sua vida pregressa. Mesmo assim, conceda-se por extrema generosidade, o direito da dúvida aos incautos. Nem contemos os incensadores de todos os governos, do mais extremo da ponta esquerda (entre nós jamais experimentado), até a mais extremada direita (ora em pleno e deletério vigor). Concedamos o direito de arrependimento aos que gozam de suas faculdades mentais em plenitude, sem esquecer pontos essenciais à compreensão do fenômeno. Estavam descontentes com os erros cometidos pelos governos sucessivos do PT – é o que alegam, para justificar seu voto em 2018. E agora, que a festa acabou, a noite desceu, perderam-se mais de 600 mil irmãos – José, para onde? Para a reeleição? Ela constou, na linha de tiro (uso aqui linguagem preferida pelos que matam ou aplaudem a morte e veem nisso missão divina) do então candidato. Com ele, essa imoralidade seria eliminada. E a luta sem trégua contra a inflação? Junte-se a todas essas promessas o combate à corrupção. Não sou eu, Renan Calheiros, Randolphe Rodrigues, Omar Aziz, Jânio de Freitas, Élio Gaspari, Josias de Souza, Humberto Costa, Fabiano Contarato, Simone Tebet e a oposição e os jornalistas inimigos que construímos os números. Sejam estes referentes ao desemprego, à taxa do dólar, ao rombo na caixa do Tesouro, aos contratos milionários (um dos quais a CPI da covid-19 frustrou) etc. Também não vale a pena incluir as rachadinhas, que os purificados pela horda e seus valores desconsideram corrupção. Terá sido apenas mais uma das formas de comissionamento, como foi dito por alguns dos depoentes na comissão do Senado. Os fura-tetos, assim, tratam de apegar-se às tetas do Estado, para concretizar o sonho de dominar um país que se deixa iludir por um osso caído do prato de onde extravasam também o ódio, o desejo de vingança, a subserviência e a animalidade intrínseca dos que delas se alimentam.

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