Sejamos sinceros: a população em geral tem medo das forças que dispõem de armas e as têm sob custódia. Compreende-se, portanto, o grande e ilegal esforço do (des)governo encerrado em 31:de dezembro de 2022 para pôr armas nas mãos de todos os brasileiros. A despeito do plebiscito em que a maioria da população rejeitou o armamentismo. O uso dado às armas dos policiais tem matado mais que protegido os pretos, os homossexuais, os indígenas, os quilombolas, os camponeses, os pobres em maioria. As outras armas, cuja custódia cabe constitucionalmente aos servidores públicos fardados, as chamadas forças armadas, à falta de fronteiras ameaçadas por qualquer nação vizinha, têm alto poder de dissuasão e intimidação. Num outro sentido, as milícias urbanas e as que protegem delinquentes de toda ordem - traficantes de drogas, invasores de terras públicas etc. - outra modalidade ilegal e ilegítima de força armada, também dissuade e intimida. Não é preciso dizer mais sobre as razões, as vítimas e os resultados da ação desses grupos cujo armamento é estimado com maior poder de fogo do que as organizações policiais e oficiais detêm. Estas, contudo, parecem substituir o inimigo inexistente, quando insistem em estimular, incitar e promover ações golpistas como o terrorismo demonstrado dia 8 passado deixa claro. A maioria da população, portanto, sente-se constrangida de um lado pelas milícias, de outro pelos agentes públicos que deveriam zelar pela segurança do País e de seus concidadãos. Sejamos, então, sinceros: é o medo não o amor ou o respeito, que tolera - e assim o fazendo, estimula - o ideal golpista que nos tira a paz interna e gera a rejeição da sociedade internacional.
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