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Senha da morte

Qualquer receita composta a partir de ingredientes ineficazes nada de bom pode prometer. Em relação à saúde humana, os efeitos podem levar a consequências indesejáveis, pelo menos para as vítimas e seus parentes e amigos. Neste caso, porém, a Ciência tem recursos que só os néscios e energúmenos desprezam. Basta seguir como recomendam os especialistas, para enfrentar as ameaças e desafios. No ambiente social, todavia, as coisas são menos simples. Daí os riscos das sociedades democráticas, tantas vezes tolerantes em demasia com os que se valem dela para destrui-la. Neste caso, a convergência de fatores maléficos concorre para agravar os males e condenar à morte parte da população. Às vezes, carregada de oportuno simbolismo. A pandemia tratada desdenhosamente pelas autoridades, o Presidente da República à frente, leva-nos a posição destacada no trágico pódio desse certame insano e assassino. Aqui, a convergência de perversidade, ignorância e negligência já produziu mais de 255 mil mortos, e mais promete produzir. Tudo sob a disseminação de mentiras, promessas e insultos à inteligência, à tolerância e à paciência dos cidadãos. Curiosamente, os ingredientes de nossa tragédia – Perversidade, Ignorância e Negligência – parecem constituir a senha que identifica o usuário de computador, cuja sigla em inglês é traduzida por Personal Identification Number. O parentesco, comparando-se os ingredientes da tragédia brasileira com a fórmula que dá acesso às redes, assemelha-se quanto à identidade do usuário e as (más) qualidades do governante. A diferença está no destino a que nos levam, os nefastos ingredientes e o PIN da informática. Se este abre estradas virtuais na maioria das vezes positivas, é para inferno de que nem Dante Alighieri dava conta que somos mandados pela mente dotada do PIN maldito.

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