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Sem volta

Ora, sem volta! A presença do sinistro da Saúde na capital amazonense é dada como consequência de uma viagem sem volta. Maliciosas, irônicas, desafiadoras ou seja lá por que razão, os títulos e manchetes não esclarecem nem justificam o uso da expressão. Por isso, multiplicam-se as tentativas de identificar as reais motivações de o General Eduardo Pazuello ser mandado para Manaus, sem passagem de volta, como se alardeia. Há quem veja no fato o uso de artifício para manter o general subordinado ao capitão excluído da mesma força longe do olhar nacional. Manaus, assim, equivaleria às cidades interioranas onde o Exército mantém fortes, locais sempre considerados pelos militares para lá transferidos como castigo por alguma infração regulamentar. Outros lembram que o auxiliar submisso do Presidente da República tem vasto círculo de amigos na capital da zona franca, eis que boa parte da sua vida foi passada aqui. Amigos em grande número, desinteressados da fortuna acumulada pela família do militar. Não se ignore nem descarte, a hipótese de vir sendo urdida em algum lugar pouco iluminado da bela cidade construída em meio à mais densa floresta do Planeta eventual candidatura de Pazuello. Não faltará, dentre seus inúmeros amigos, quem pretenda compensar o malogro de sua atuação e o desconforto pelo lugar que já garante ocupar na História. Tanto quanto outras condutas, a Síndrome de Estocolmo não precisa ocorrer na capital sueca, para efetivar-se. Manaus é copiosa em exemplos dessa estranha espécie de amor e devotamento. Resta saber como pensam os que, estes sim, viram seus cônjuges, filhos, pais, irmãos, genros, parentes nos mais diversos graus e amigos empreenderem a única e inultrapassável viagem sem volta. Por falta do oxigênio, acreditem! Vade retro, dirão alguns!

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