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Sem revanche

Desde quando investigar crimes ou ilícitos de que se suspeita é uma conduta revanchista? A não ser que o interesse público se deva subordinar aos caprichos, vontades, interesses e taras de pessoas, grupos ou famiglias, será tão suspeito quanto os outros o que tenta impedir ou dificultar as investigações. Não tem razão, portanto, o ex-vice-Presidente Hamílton Mourão, ao considerar revanche o propósito do Ministro da Justiça e Segurança de promover a investigação dos crimes contra a democracia. Estes, como se sabe, levaram hordas arruaceiras para a frente de quartéis, onde se instalaram acampamentos supostamente financiados por seguidores do ex-presidente. A hospitalidade dos responsáveis pelos quartéis seria suficiente para pô-los sob suspeita, pelo que expressa em termos de leniência ou tolerância demasiada, vizinha da cumplicidade. Os atos terroristas de ontem, se não anulam a hipótese revanchista do ex-vice-Presidente, devem levá-lo ao menos a apreciação menos leviana dos fatos e suas consequências. Como se espera de qualquer político sério e minimamente credenciado a representar um estado no foro político adequado. O general Mourão, daqui a poucos dias, entrará no exercício de mandato de senador.

 
 
 

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