Sem pecados
- Professor Seráfico
- 30 de jan. de 2022
- 1 min de leitura
Levar a sério o que é galhofa jamais produziu bons resultados, pelo menos para a sociedade. Levar na galhofa o que é sério, ao contrário, pode resultar em benefícios. Por isso, os humoristas todo dia comprovam sua contribuição, no mínimo, para revelar a nudez do rei. Desmascaram-se, assim, impostores e outros delinquentes, mais cerrado o cenho por eles ostentado. Em nossa história, em que tal constatação se faz abundante, não têm faltado humoristas e comediantes cuja arte ajuda-nos a compreender a trágica realidade. Se, no passado, Aparício Torelly, o barão de Itararé, punha o dedo na ferida, o elenco dessa espécie de observadores e irônicos comentaristas hoje é longo. Há momentos em que o ridículo, às vezes em nível de grosseria inadmissível, convoca mais vigorosamente os humoristas à torre de observação. De lá, invariavelmente vem a mensagem reduzindo a excremento a tentativa de tornar sério o ridículo. Por isso, já imagino a charge: uma figura decrépita, cachimbo à boca, sob a auréola atribuível aos santos. Agnóstico, nem por isso fico indiferente à agressão cometida mais uma vez contra a Igreja. Nem ao desconforto dos evangélicos, avessos ao culto de imagens. Não cabem neste comentário as seitas que, pretextando amor e obediência a Jesus, enriquecem os espertalhões a que servem.
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