Sem cumplicidade
- Professor Seráfico
- 5 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Se há algo tão ligado ao caos e à desmoralização total do País, tem a ver com a probabilidade, mínima que seja, de um indivíduo desclassificado chegar à Prefeitura de São Paulo. É verdade que a capital paulista tem dado provas de certa vocação para escolher mal, ao menos em relação às carências, sonhos e reivindicações dos mais pobres. Centro nervoso do capitalismo brasileiro, seria demasiada quimera esperar diferente. A correspondência simétrica se dá com o fato de ter sido lá o espaço de gestação e crescimento do Partido dos Trabalhadores. Mas não é disso que pretendo tratar, agora. Refiro-me, em especial, à participação de alguém como Paulo Marçal, no pleito do próximo domingo. A chegada de Ademar de Barros ao poder e o fato de candidatar-se à Presidência da República terá sido o primeiro exemplo das mas escolhas retido na minha memória. O inspirador do slogan rouba, mas faz talvez se tenha reproduzido, com valores e condutas majorados, com Paulo Maluf. Esse não justificou um slogan, mas gerou um verbo - malufar. Tudo isso, certo orgulho por praticar um crime patrimonial, foi agora superado. Paulo Marçal, cujas relações sociais não primam por seleção de boa índole, vai além. O uso da mentira, a rigor, será dos menores pecados dele, tão generalizada essa prática pelos que comungam de seus maléficos propósitos. Mais que isso, Marçal é um perigo para a democracia e um desafio, sobretudo, para aqueles que o vêem como merecedor do voto. O mais recente crime dele foi ontem divulgado. Se a Justiça Eleitoral não o punir, acumplicia-se com os inimigos da democracia. Os que articularam, coordenaram e executaram os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023.
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