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Foto do escritorProfessor Seráfico

Rival do sentimento honrado


 

Vi e ouvi. Ninguém me contou. Estava lá, do outro lado, mostrado na tela do televisor. O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, entre os que pensavam merecer dele amizade e respeito. Rivaldo Barbosa tentava tranquilizar a família de Marielle Franco, morta na véspera por balas disparadas pelo matador Ronnie Lessa. Disso se soube pouco tempo antes. O que ainda não se sabia era da jura do agora ex-professor de Direito da Faculdade Estácio. Ele prometeu – e todos vimos, olhos postos na televisão. Rivaldo Barbosa jurou que era uma questão de honra descobrir quem matara a vereadora fluminense. Ninguém se preocupou em saber se ele, sorrateiramente, cruzava os dedos atrás das próprias costas. Largas, como certamente ele sempre soube. Seria imprudente dizer do ex-chefe da polícia, que um general nomeou a despeito da contraindicação, nada conhecer de Direito. Dê-se a ele, portanto, o benefício de nossa própria dúvida, pobres mortais que somos. Sobretudo o autor destas linhas, que teve a felicidade de passar por um curso em que se acreditava ser o Direito o caminho mais fácil para a Justiça. Falta, como faltou na hora da encenação de Rivaldo, a exata percepção do sentido das palavras. Ele disse, com pompa e circunstância, que empenhava sua honra. Fê-lo e viu-a sequestrada. Por ele mesmo, se de outra feita alguma vez a tenha de fato revelado.

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