Ranque ou espelho

As agressões ao Estado Democrático de Direito praticadas pelo ex-juiz federal, também ex-sinistro da Justiça e seu coadjuvante preferido, ex-Procurador da República, têm grande probabilidade de gerar o interesse pela avaliação dos dois, face-a-face. Qual, do ponto de vista pessoal e moral, o melhor dos dois? Ambos, esclareça-se, servidores públicos autodeclarados apolíticos. Declarações que autorizam excluí-los da sociedade dos humanos, se levarmos a sério a lição de Aristóteles. Já que ambos são admitidos nos ambientes que seres humanos costumam frequentar, e os dois não fizeram outra coisa, enquanto juiz e procurador, se não política (com p minúsculo, obviamente), deixemos como secundária a circunstância acima indicada. De um deles, hoje postulante da Presidência, a própria esposa (por ele mesmo chamada conje) disse ser igual ao atual Presidente. De seu acólito na Lava Jato, a frustrada tentativa de abocanhar mais de dois bilhões não terá sido, como o Poder Judiciário o atestou, ato único e isolado. A cartilha e o catecismo de um e outro são os mesmos. Têm, um e outro, credenciais para assumir igual posição, em qualquer ranque demeritório. Se contarmos os três e os pusermos, lado a lado, e se eles se detiverem diante do espelho, o outro lado transmitirá a mesma imagem, por dentro e por fora. Não haverá ranque.