Assisti à sessão híbrida em que a Câmara dos Deputados confirmou a decisão unânime do Supremo Tribunal Federal, determinando a prisão do deputado Daniel Silveira. O relatório lido pela autora, deputada Magda Mofatto pôs-me a par de minúcias de que eu ainda não tinha conhecimento. A ousadia do - espero - iminente ex-deputado corresponde àquela que se diz ser própria de todo canalha. Chega a nível absurdo. As palavras dele transcritas pela relatora, correspondem às que sabemos ditas por facínoras e capangas de toda estirpe, sempre reveladoras da índole, da personalidade e do despreparo de certas pessoas. Se fosse necessário mais que compulsar os registros de sua vida pregressa... Logo em seguida ao pronunciamento da deputada-relatora, o denunciado pelo MPF ratificou também o que se sabe de toda pessoa que supre a carência de hombridade e coragem pessoal por uma arma de fogo. Falou como um cordeiro, chamando-se a si mesmo de grosso e deselegante. Sem dispensar um recado que exsuda chantagem, ao afirmar que mais tarde serão seus ainda colegas os próximos alvos do que ele considera exagero do Poder Judiciário. Quase vi rolarem sobre seu mal facetado rosto lágrimas como as que deixam os olhos dos crocodilos, ao ingerir os restos rotos da carne da infeliz presa. Quem não venha acompanhando o noticiário teria mil razões para imaginar-se testemunha de enorme erro de avaliação. Não passaria pela cabeça do espectador ocasional estar diante de um parlamentar movido por tudo, menos por interesses rejeitados pela maioria da população. Pelo menos, da população que trabalha, ajusta-se às leis de seu país, tenta contribuir para a paz social e vive em sadio relacionamento com seus semelhantes. O desatento observador sequer suspeitaria do linguajar chulo, correspondente a sentimentos de igual nível, encontradiço nos piores porões e grotões da selvageria bípede. O leão travestido em cordeiro, pode-se suspeitar intranquilo diante da impossibilidade de usar o corpanzil para constranger, torturar e matar – enfim, efetivar o que antes constituíra apenas ameaça verbalizada, contra vítimas previamente selecionadas. Quem o quiser, que o compre. Pode pedir para irem no mesmo pacote os registros do falsificador de atestados médicos. Não obstante, representante democraticamente eleito por exatos 31.789 votos. Serão tantos os coatores dos magistrados brasileiros?
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