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Pátria armada

Repetir críticas à forma sempre violenta como a sociedade norte-americana enfrenta os problemas sociais com que se há, e não é de hoje, de nada adianta. Os que se enebriam com o american way life não têm olhos de ver nem ouvidos de ouvir. O soar da fuzilaria parece repercutir menos que os números inscritos no balanço da indústria de armas. Estas, portanto, motivam mais que o ruído dos projéteis. Cada bala, lucro certo. Perdidas, apenas vidas humanas. Ora, falar de vidas humanas, quando um vírus grangeia prestígio e cumplicidade em setores oficiais!... Não é demais repetir, todavia, que nos 163 dias deste 2022 ocorreram em cidades dos Estados Unidos da América do Norte mais de 220 assassinatos em massa, como chamam lá. O que aqui chamaríamos chacina. Modelo para os países e populações felizes com sua dependência, de lá vem a inspiração para decisões governamentais pouco atentas às necessidades das populações governadas. Dentre muitas nações, e dependendo da índole dos seus governantes, o Brasil se inscreve na área dos satélites, ainda que a outra cortina, a de ferro, se tenha desfeito há algumas décadas. A cortina, nesta banda do Mundo, é construída a partir de balas e outros projéteis, o expediente usado para impor políticas e ações malfazejas à maioria das populações. Entre nós, de 2019 até agora, cresceu 262% o arsenal de armas de fogo em posse de cidadãos. Estes alcançam quase 650 mil pessoas, segundo dizem os especialistas uma vez e meia o número de integrantes das forças armadas. Feitas as contas, sabe-se que a cada 24 horas são vendidas 449 armas no Brasil. O Poder Executivo, nesse particular aspecto, tem logrado absoluta e plena harmonia com o Legislativo. Política tenazmente perseguida, o estímulo ao uso de armas de fogo registra esses auspiciosos resultados, pelo menos do ponto de vista dos que substituem o argumento e a razão pela bala assassina, acrescentando um R ao slogan hipócrita com que iludem a população de governados. Chacinas ou assassinatos em massa, aqui e lá podemos ver nos fatos que os envolvem o estágio de barbárie a que chegamos.

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