Expressões de frequente e corrente uso na minha infância, as do título ainda não se tornaram raras. Desaparecer por completo, impossível, enquanto houver um oitentão ainda vivo. Ainda menos, se há boa memória. A quase invisibilidade a que foram ambas relegadas só pode ser explicada porque o comportamento a que se referem tornou-se aquilo que se chama normalidade. Como destacou um jornalista notabilizado por sua atuação no Amazonas, quem não puxa saco, puxa carroça. Uma espécie de frase autobiográfica. Aplicável, porém, a numerosos outros casos e histórias pessoais. Nada de admirar, quando o retorno à barbárie segue em marcha batida. Borrabotas - quantas vezes ouvi meu pai dize-lo! - é qualificativo composto do verbo borrar (em especial, pelo produto do intestino) e o destino do excremento, os calçados do assim qualificado. Não é difícil entender certa proximidade entre um e outro, o puxassacos convencido de sua inaptidão ou incompetência e o covarde, que ao primeiro grito detona o processo excretor. Talvez venha daí certa estima pelas armas. Uma espécie de compensação à fragilidade e carência de qualidades capazes de colocar seus portadores no rol daqueles que meu otimismo chama seres humanos. Ou seja, os classificados no cada dia mais raro grupo dos que têm méritos que funcionam como antídotos - à subserviência e à covardia.
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