Adolescente, li e ouvi falar muito de um tal monstro do Lago Ness. Diferente das encantarias estudadas, enriquecidas e festejadas pelo poeta Paes Loureiro, o monstro europeu sugeria medo, terror, catástrofe. Quando diante do lago pus meus olhos na direção da margem oposta, já se tinham passado décadas suficientes para apagar de minha memória qualquer temor. Talvez não só a ação do tempo me tenha levado ao estado de quase indiferença em relação ao fenômeno. Talvez a narrativa poética do amigo poeta me tenha ajudado a conviver com a existência de um monstro subaquático...e tão longe do meu cotidiano. Seja o que for, não é o ser monstruoso do lago norueguês que me traz sentimentos, preocupações e desafios. O que tem emergido do fundo de um lugar que desconheço, sequer sei onde fica, é o que me atrai. Não, propriamente, enchendo-me de medo. De terror, menos ainda. Admito até frequentar-me certo sentimento de gratidão. Não tendo tão próximo de nós o lago Ness, nem supondo que as encantarias alguma vez se acompanhariam de agentes do mal, vejo emergirem de profundezas lodosas seres maléficos, trazendo vontade fundada no ódio, praticantes orientados por nefastas intenções, monstruosas perversões. E não são poucos, esses monstros de um lago invisível que tornam a visagem escondida no fundo do tranquilo Ness apenas um brinquedo de pelúcia. Por isso, agradeço ao ex-capitão Jair Messias Bolsonaro o resgate, do fundo da lama profunda, desses seres que muito antes da covid-19 usavam máscaras sem que os bem-intencionados soubessem disso. Mais uma vez, obrigado, exitoso pescador em águas turvas!
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