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Prioridades

Face à complexidade da vida moderna e às relações entre seres humanos, nações e Estados, qualquer simplificação não faz sentido. É provável atingir objetivos razoáveis, a um só tempo satisfazendo os indivíduos e mantendo o equilíbrio das instituições, se o cenário for observado como um espectro em que o cinza fechado progride até o azul mais celeste. Em todos os sentidos, cromático, aeronáutico e quantos mais... Constate-se, portanto, a carência de solução apta a atender satisfatoriamente a todos os interesses e sonhos em jogo. Tanto quanto a escassez de recursos impõe o estabelecimento de prioridade, a falta de perspectivas históricas força o Mundo a também estabelece-la. Está mais do que provado: a dicotomia capitalismo-comunismo não dá conta dos anseios, nem das necessidades da sociedade globalizada. O triunfo indiscutível do primeiro e as frustrações práticas do segundo dizem-no bem. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia, sem ser o primeiro, é exemplo cabal dos riscos a que está o mundo exposto. A continuar assim, não teremos senão que esperar a hecatombe final. Por isso, manter a paz, em escala mundial, é prioridade de todos os humanos. Mesmo os que recusam tal condição. Resistir às investidas contra a claudicante democracia é a prioridade dos brasileiros. E de quantos povos mais?...

A insistência em modelos impostos ou que fazem tábula rasa das especificidades históricas das nações não pode levar senão a surtos cíclicos de imperialismo, cujas práticas sofrem alterações circunstanciais apenas. Suas inspirações permanecem atreladas a interesses incabíveis em qualquer dos sistemas políticos conhecidos ou, no máximo, impossíveis de transformar as promessas e expectativas geradas em realidade. É preciso, portanto, superar a mediocridade reinante, a mesma que responde pelos milhões de vidas perdidas em razão da pandemia. Não obstante, as cabeças saudáveis e sadias são capazes de criar, produzir e administrar vacinas eficientes e eficazes. Nem por isso tais méritos deixam de receber a hostilidade dos que se mantêm negativos diante de tudo quanto deseje fazer da sociedade algo mais que o conglomerado de animais que Hobbes já faz tanto tempo apontava. Se os problemas não são novos, há meios cada dia mais novos de enfrenta-los. É o que devemos fazer, se realmente a Vida vale a pena.





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1 comentário


swolffgeo
05 de mar. de 2022

Em breve não teremos nem vestígio dos países hegemônicos e todos seremos habitantes de um planeta arrasado.

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