Por um mundo melhor
- Professor Seráfico
- 18 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
A repercussão das posições do Papa Francisco em defesa dos mais pobres tem sido das melhor, sobretudo na Europa. É lá que grande parte dos refugiados dos países africanos e do Leste do continente buscam abrigo. Testemunha desse drama, o Chefe da Igreja vai na contramão do pensamento dominante no resto do mundo, na Europa inclusive. Ao invés de rejeitar os imigrantes e lançar sobre eles a culpa de sua pobreza, Francisco tenta oferecer, no mínimo, lenitivo para o sofrimento a que foram levados. Primeiro, ofereceu-lhes comida, em restaurantes dignos desse nome; depois, criou sanitários decentes, onde os imigrantes podem lavar-se e eliminar o mau cheiro, ainda que seus corpos fedam menos que as almas de muitos dos que os condenam. Por isso, a popularidade do Cardeal Jorge Bergoglio só aumenta, na Europa e na maioria das nações onde ainda não se instalou de vez a desesperança. Do Vaticano têm vindo inúmeras mensagens, oficiais ou não, aplaudidas pela orientação que o sucessor do Cardeal Ratzzinger dia-a-dia consolida. Os cuidados dispensados aos refugiados, seja de qualquer das regiões de onde procedam, chegam à particularidade de doação de sabonetes e outros artigos de higiene que os tornam menos repugnantes aos olhares e narizes dos outros. Nestes, sabe-o o Papa, e sabem os próprios beneficiados, está o diabo. É assim que os veem e sentem os aquinhoados, lícita ou ilicitamente, pelos cristãos de outra espécie – aquela que desmente a pregação de Jesus e trata de apropriar-se do que todos produzem. O fato de que parte expressiva dos católicos discorda das declarações, decisões e ações do Papado é apenas mais uma das faces da radicalização e da cobiça que se espalham mundo afora. Os que se dizem conservadores jamais encontrarão argumentos alinhados às prédicas cristãs (quem sabe de todas as religiões) que sustentem sua posição. Nunca será demais repetir a pergunta: conservar o quê? A fome? O desemprego? A miséria? A violência? O preconceito? O egoísmo?
Fiel ao homem de Assis que lhe deu o nome, Jorge Bergoglio segue sua caminhada. Segui-lo-ão os que desejam um mundo melhor.
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