Tão cedo ainda para dizer-se do envolvimento de militares no suposto plano para matar Lula, quão leviano afirmar inexistir qualquer deles envolvido no terrorismo. O de dezembro, que faria explodir o aeroporto de Brasília, o que acabou na invasão da Polícia Federal e o ápice do dia 8 de janeiro. Aos sucessivos decretos impondo sigilo centenário sobre atos criminosos, sucede a tentativa de transformar o terrorismo um delito militar. Outra forma de confissão, como o é a pedra posta sobre os fatos delituosos nascidos a partir do Palácio do Planalto e seu mais próximo entorno. Uns - os decretos - e outra - o desejo de entregar à Justiça Militar o julgamento dos atos terroristas - ligados pela política do ódio, a mesma presente no sacrifício de quase 700 mil pessoas. Os que têm armas como objeto de abjeta adoração não se negam a aproveitar um vírus desconhecido e dele tirar trágico proveito. Hospitais, bares, ruas, edifícios públicos, tudo serve de palco à ferocidade que só por insensatez se chamaria humana. Realidade, não obstante, encontrada na Alemanha de Hitler, os fornos tirando a vida de 6 milhões de judeus. Ou, nas masmorras brasileiras ou no ar coberto pelo céu brasileiro, eliminando os incômodos e indefesos divergentes. Ou, nos dias atuais, nos territórios indígenas invadidos. Nos gulags do stalinismo não foi diferente. Criativos quando incapazes de apagar todas as pistas, os rastros e a sordidez de sua ação, só resta cometer o crime salvador: o deslocamento das prerrogativas do Poder Judiciário de sua sede própria. Levar para outra barra judicial os supostos criminosos, na reiteração de condutas em grande medida contribuintes para termos chegado à surrealidade vivida nesta fase vergonhosa de nossa História. Trate o Supremo Tribunal Federal de manter-se firme na execução do papel que a Constituição lhe atribui e exige. A sociedade, pela porção majoritária que respeita, prestigia e defende a democracia, não lhe faltará.
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