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Populismo e molecagem

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

Diz-se da democracia ser o governo do povo, com o povo e para o povo. A frase, de efeito nem sempre correspondente à sua essência, gerou nos cidadãos entendimento raramente ratificado pelas práticas, dele mesmo e dos que o governam. A soberania popular estaria expressa no pertencimento, de que a preposição DE se faz portadora. COM o povo implicaria o incontestável aspecto de participação popular; as eleições periódicas e o voto seriam o aspecto mais expressivo. O resultado da ação dos governantes, que as três palavras finais da expressão (PARA O POVO) consagram, traduz o bem-estar coletivo. Este, portanto, o objeto e o objetivo do governo. Em especial, o que se diz democrático. Daí, portanto, a impossibilidade de fazer democracia sem povo, costume próprio às ditaduras. Ao longo do processo histórico, quando se admite superada a forma da democracia da Grécia Antiga, foram-se aperfeiçoando os instrumentos e práticas, até a introdução das urnas eletrônicas. Até agora, imbatíveis quanto à fidelidade nelas depositada, em relação à vontade dos eleitores - daquela parte do povo autorizada a votar. Autorização que só tem crescido, de tal sorte que nas chamadas democracias modernas votam as mulheres, os analfabetos, os destituídos de bens, os adolescentes maiores de 16 anos. O próprio conceito de povo, portanto, também se alargou. Não obstante, qualquer decisão que coloque o povo como o destinatário dos benefícios é cercada de suspeitas e rotulada de POPULISMO. Não se trata de acidente, nem corresponde à democracia a condenação de providências benéficas à.maioria da população, ainda mais quando a DESIGUALDADE econômica e social prevalece. Menos, ainda, quando aquilo que o ex-Presidente José Sarney chama de LITURGIA DO CARGO é ignorado de forma tosca e desrespeitosa..Não é de outra coisa que se trata, ao contemplar o Presidente da República lambuzando as mãos com ketchup em rua de Nova Iorque ou mastigando um pastel, em rua brasileira. A isso se chama, em bom português - do Brasil ou de Portugal - molecagem, falta de higiene e desprezo pela dignidade do cargo. Deixa assim o governante de merecer o título DIGNITÁRIO.

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