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Política e guerra


Em nome da governabilidade vale tudo, correto? Não, nada mais abjeto! Se a governabilidade for vista apenas como a manutenção no poder dos que o conquistaram democraticamente, justifica-se a expressão inicial. Se, porém, o compromisso com a democracia permanece nos que chegaram ao poder graças à segurança que ela proporciona aos cidadãos, governantes e governados, aí então não há como aceitar ou sequer admitir a validade da frase que abre este texto. Em qualquer governo democrático – e porque o é -, muitas vezes há a necessidade de ceder, para fazer maior a probabilidade de boa gestão. Não fosse a contradição ideológica e não existissem diferenças entre os grupos que buscam o poder, não haveria como falar ou criar a democracia. O que torna viável esse sistema político é exatamente a diferença. Na visão de Mundo e das gentes que o habitam. A percepção dos cidadãos, diferentes, leva a sonhos, objetivos e procedimentos igualmente diferentes. À custa das armas, pouco restaria (ou nada) como método de resolução dos problemas, se não a força. Isso, num certo sentido, realça o contraste tantas vezes apontado entre Política e Guerra. Numa e noutra, sempre se haverá de encontrar limites. Mesmo na guerra, não importam as atrocidades que a caracterizam, há certas regras e limites que, desobedecidos, deslustram a vitória e transformam em Pirro seus comandantes. Na Política, a aproximação entre adversários (na guerra, inimigos) haverá de ser feita sempre e em qualquer hipótese, com base no interesse público. Sem a observância disso, rui qualquer pretensão de democracia e governo democrático. Tudo isso, para dizer que o Tripresidente Luís Inácio Lula da Silva não tem como fazer diferente. Exonerar o Ministro José Juscelino dos Santos Rezende Filho, das Comunicações, corresponde à cabal confirmação do compromisso endossado pelos que, à boca das urnas, conduziram-no ao Palácio do Planalto. Usar um avião oficial para cumprir agenda majoritariamente dedicada a fatos de interesse marcadamente pessoal não merece menos que a queda do posto. Mesmo se um dia um desses aviões chegou a transportar drogas. Ou a lançar opositores do governo em alto mar. Mesmo, ainda, se pretextos e alegações pueris são apresentadas, à guisa de defesa.


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