Começou ontem o XIV Encontro de Administração e Pensamento Social Brasileiro, iniciativa do ABRAS/UFF- Núcleo que trata do assunto, na Universidade Federal Fluminense. Coordenado mais uma vez pelo Professor Paulo Emílio Matos Martins, o evento é transmitido por plataforma do Zoom e dele participam estudiosos espalhados pelo País. A integrá-los, o propósito de interpretar o Brasil e as relações sociais, não só as estabelecidas dentro dos limites dos organogramas e das normas administrativas. O tema deste ano, o 35º do Programa, é O pioneirismo brasileiro nos estudos organizacionais críticos. Aberto pelo coordenador acadêmico Paulo Emílio, o XIV Encontro começou bem. Graças, sobretudo, à atualidade da conferência pronunciada pelo Professor Cláudio Roberto Marques Gurgel (UFF), cujo conteúdo se vincula à gestão contemporânea e a consciência neoliberal na terceira geração pós-acordo de Washington. Os que não puderam assistir à palestra de Cláudio perderam excelente oportunidade de ouvir serena e profunda interpretação do Brasil de hoje, em especial quando o ambiente político se mobiliza em torno da reforma tributária. Tão necessária quanto propositalmente postergada. Com o didatismo que lhe é peculiar, o conferencista analisou as diversas fases (ou gerações) posteriores ao acordo, que abrangem os períodos de 1989-2002; 2003-2015; de 2015 até os dias que correm. Ao final, um observador como o autor destas linhas (o que significa dizer quase ignorante de Economia - e de quanto mais), põe-se a refletir sobre pontos raramente levados em consideração pelos produtores de políticas públicas e decisões que afetam todos os setores e todos os habitantes deste imenso país. Tendo em vista o que com muita propriedade e forrado em informações coletadas por organismos nacionais e internacionais bem reputados, foi dito pelo Professor Cláudio Gurgel, resumo, como se fora apenas um aperitivo, pontos das questões mais desafiadoras expostas pelo estudioso do Brasil. Resumo-as, assim. A exorbitante acumulação do capital, a que corresponde a restrição no padrão de consumo dos segmentos mais abaixo da pirâmide econômica, se já tem provocado o processo de desindustrialização do País também traz consigo uma espécie de condenação à constrangedora condição de mera fornecedora de produtos primários aos outros países. O que se pode chamar, conforme as palavras de Gurgel, a reprimarização das exportações. Algo que Getúlio Vargas tentou extirpar do Brasil, já chega a quase um século. Não foi só isso o que ouvimos, nem o editor deste texto terá captado tudo quanto desejável. Assegure-se, porém, o caráter provocativo da palestra e quanto a atenção ao que foi dito pelo expositor justifica os esforços do ABRAS para estimular o pensamento nessa área tão desertificada do conhecimento humano. Quadradinhos não comportam todas as potencialidades do pensamento dos que pensam. Em NA ONDA, os visitantes deste blog encontrarão o programa completo, apresentado nas quintas-feiras próximas, até o dia 03 de agosto.
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