À parte o enorme talento teatral revelado por depoentes e interrogantes na CPI dacovid-19, seria injusto esquecer outros ensinamentos que o encontro entre essas partes proporciona. Há momentos em que pensamos estar em algum ambulatório médico aonde foram desembocar portadores de sequelas causadas pela pandemia. A quase todos os depoentes a memória falha, e vaca já não conhece o novilho. Alguns vão a restaurantes e, surpreendidos pela chegada de um estranho que nunca viram nem do qual ouviram falar, fazem-no sentar-se à mesa. E, dotados de enorme apetite, todos se alimentam muitíssimo bem. Nem todos, pois alguns se dão mal. Aí, a sequela não pode ser atribuída à doença, mas a própria fome. A indigestão os atordoa. Podem até curtir algumas horas de delegacia, pois o que são mil e cem reais para quem pensa em milhões de dólares? Nem certo açodamento e a perda da necessária serenidade impedem os membros mais destacados (a saber, o relator, o Presidente e seu vice, da Comissão) de avançar no lodaçal em que estão interessados. Na outra margem, o advogado de todos os depoentes, advogado rondoniense hábil no manejo de sofismas, atrai outros auxiliares de defesa, mesmo se morando distante, um dos outros. É assim que vejo Marcos Rogério, Heinze e Do Val, trio de zagueiros que, estes sim, matam no peito e põem a bola pra lateral. Às vezes, às bicudas. Lapidar, no entanto, a frase de Roberto Ferreira Dias: trato de negócios, não de vacinas. Quem pode duvidar disso? Não só ele, porém, se entregou à tarefa por ele mesmo confessada.
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