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Foto do escritorProfessor Seráfico

Onde - e quais - procurar

Se é fértil, se cai em seara estéril a semente lançada pelo Procurador-Geral DA REPÚBLICA, ainda não se pode dizer. O fato é ter Augusto Aras aproveitado os ventos infectados que se espalham por toda parte, para sondar como a sociedade aceitaria restrições e sofrimento ainda maior que o trazido com a pandemia. De ameaças e meias-palavras não estão virgens os ouvidos dos mais de 210 milhões de habitantes deste imenso país. A tentativa de coagir, constranger, conter as reações da opinião publica, assim intimidando potenciais resistências ao autoritarismo, em si mesma não é inédita. A novidade fica por conta de o recado vir através de autoridade cuja função constitucional dirige-se à defesa dos direitos da sociedade, não à proteção dos que, detentores de mandatos outorgados pelos cidadãos brasileiros, percorrem desvios exigentes da ação da Procuradoria. É em nome da sociedade e DA REPÚBLICA, não do que a preside, e de seus acólitos, que a PGR deve atuar. Essa tem sido, todavia, prática recorrente, embora menos atemorizante. Insinuar ou sugerir a implantação do Estado de Defesa, ademais das restrições orientadas pela Ciência em razão da pandemia, apenas juntará às medidas já adotadas para blindar o Presidente e membros de sua coorte, outras, inadmissíveis em um Estado Democrático de Direito. Nem por conter alto grau de semelhança com outros balões de ensaio, deve a população brasileira despreocupar-se dele ou negligenciar sua rejeição. Ao contrário, a manifestação firme e fundamentada há que vir de todas as direções, eis que os efeitos nocivos por ventura experimentados afetariam todos os brasileiros. Seriamos remetidos a passado por todos os títulos indesejável, não obstante orfandade em que se encontram e revelam os inimigos da democracia, mesmo os que dela se têm válido. Irrigar o campo sáfaro em que Augusto Aras lançou a semente, equivale tornar produtiva, de infeliz safra, seara trágica e, por isso, indesejável. Procure Sua Excelência o titular da PGR outros caminhos, ainda que a História não lhe pareça hospitaleira.

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