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Onde andam os cabanos?

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

A realização da COP30 em Belém, a meu ver, ainda não é coisa definitivamente decidida. Às alegações tantas vezes repetidas somam-se, agora, sinais hostis ao que já pareceu decisão irremovível do governo. Não se registra, por enquanto, qualquer manifestação oficial capaz de ratificar a intenção e a determinação de manter a capital paraense como palco da importante reunião. Também não tem faltado a contribuição de maus paraenses, empenhados em dificultar a satisfação de necessidades - todas elas removíveis - geradas pela afluência de participantes e visitantes em número que se pode considerar multidão. É difícil admitir que as autoridades, dos governos estadual e municipal, do federal também, ignorassem os problemas relacionados à exequibilidade de tão ousado projeto. Para mencionar apenas alguns desses problemas, bastaria mencionar a infraestrutura turística, nesta compreendidas a rede hoteleira, os transportes urbanos, os espaços culturais e outros serviços indispensáveis ao atendimento das 70.000 pessoas esperadas. Nada, porém, que a grandeza dos recursos financeiros alocados ao projeto não pudesse superar. Mesmo o prazo, cerca de um ano, impedisse de realizar. Mais recentemente, soube-se da organização e coordenação do evento sem a participação de profissionais ligados a entidades radicadas na Amazônia. Uma espécie de recusa à existência de competências técnica, científica e gerencial na Região. Agora, sabe-se da proposta do governo do Rio de Janeiro, que deseja ganhar o status de capital honorária do Brasil. Justa, essa é proposta, pelo menos, inoportuna. Pelo que parece aproximar-se da rejeição do centro-sul à ideia de fazer na Amazônia a COP30. Só se os paraenses atualmente hostis abandonarem a oposição pueril e, ao mesmo tempo, anti-cabana, e passarem a pressionar o governo federal, o estadual e o municipal, será possível manter a capital paraense como sede do evento de alcance planetário. Se isso não for alcançado, mais uma vez terão ganhado os empreiteiros e os outros para cujos bolsos correrá a dinheirama destinada às obras e serviços ora em execução.

 
 
 

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