Das mais importantes, e talvez determinantes, a Conferência Regional Dilemas da Humanidade, realizada em Santiago do Chile, de 02 a 04 deste mês. É uma resposta à crise mundial que, por múltiplas causas, coloca em risco o Planeta. Seja pela forma como se têm estabelecido as relações internacionais e pessoais, seja pelo impacto sobre o clima da Terra. Gaia agoniza. A extrema direita, em seu ímpeto voraz e ganancioso tenta a todo custo submeter tudo o que não é espelho à lógica (ir)responsável pelo retrocesso em escala global. Um recaminho, da civilização à barbárie. Por isso, sempre que uma voz se levante, débil que se mostre, a direita extremada busca desqualificar os dissidentes e impedir a repercussão de suas propostas. Quando não ocorre de alegarem infundadas as críticas, diante da ausência de alternativas. A sentença há sim, um outro mundo possível posta em xeque. Geralmente, os combatentes por essa má causa – apegada ao passado e a valores fundados na mais atroz das barbaridades -, à falta de argumentos e confrontados pela realidade por eles mesmos construída e mantida, apelam para a força das armas. Eles sabem de tudo quanto têm produzido, envergonham-se intimamente disso, mas teimam em oprimir, explorar e matar os que deles discordam. Assim tem sido o “ideário” da direita, aqui e alhures.
Pois os cerca de 250 representantes de 23 países do Sul do Mundo dão a resposta: é, sim possível construir um mundo melhor, menos desigual, em que a Vida não a morte seja o traço de união entre povos e nações. Esta, em síntese, a proposta da reunião de Santiago, preparatória da III Conferência Internacional Dilemas da Humanidade, a realizar-se em outubro próximo, em Joanesburgo, África do Sul. Organizada pela Alba Movimentos e Assembleia Internacional dos Povos (AIP), a reunião de Santiago rememora o golpe militar chileno e as atrocidades cometidas pelo ditador Pinochet, no âmbito da operação Cone Sul, de tão trágica memória. Lá, como cá, a ditadura logrou interromper a caminhada da América Latina em direção à redução das desigualdades que só regimes democráticos conseguem alcançar. Não foi diferente em outros países, em quase todos os continentes. Os ativistas, intelectuais, cientistas, profissionais da comunicação, partidos políticos, movimentos populares e demais entidades da sociedade civil reunidos na Recoleta, na região metropolitana de Santiago do Chile, participaram de debates, grupos de discussão, lançamento de livros e outras atividades alavancadas pelo propósito de revelar chegada a hora de promover políticas públicas voltadas ao bem-estar da coletividade, por isso cada vez mais distanciadas do egoísmo, da usura e do desprezo. O egoísmo que desautoriza e combate qualquer sinal de solidariedade; a usura que tira dos que nada têm para enriquecer os que mais acumulam; o desprezo por valores tidos como característicos do homo sapiens, reduzido à sua condição meramente animal. Pode-se esperar da Conferência Regional dos representantes da América Latina e do Caribe para tratar dos dilemas da Humanidade, a palavra de ordem e a proclamação marcantes da inauguração de novos tempos. O que a III Conferência de outubro, na África do Sul, deverá fortalecer e confirmar. Não para uma só nação do Globo. É sim possível um mundo diferente...para melhor!
Comentários