Figuras representativas da política nacional e personalidades da América Latina (Ex-Presidente do Equador, Rafael Corrêa; Leonel Brizola Neto; Perez Esquivel, Prêmio Nobel de 1980, dentre outros) tentam levar o candidato do PDT a desistir e emprestar seu apoio a Luís Inácio da Silva. Isso facilitaria, talvez até asseguraria a liquidação da fatura eleitoral na primeira rodada da eleição do próximo dia 02 de outubro. Há consenso a respeito do resultado que Ciro Gomes colherá, também eleitoralmente, se insistir em ficar de fora da frente ampla reunida em torno de Lula. Politicamente, ele contabiliza enorme prejuízo, acumulado desde 2018, quando preferiu Paris às urnas que negaram a Fernando Haddad a possibilidade de evitar pelo menos duzentas mil mortes com que o atual (des)governo potencializou a frequência aos cemitérios, no período mais agudo da pandemia. Legítima, a pretensão do ex-governador do Ceará e ex-Ministro de Lula não pode mais uma vez contribuir para o recuo ora experimentado. Curioso e paradoxal, é de um recuo - dele e dos que o apoiam na teimosia - do candidato do partido fundado por Leonel Brizola que depende a antecipação do resultado da eleição presidencial. Caso Ciro renuncie e retire sua candidatura, é quase certa a volta no primeiro turno de Luís Inácio Lula da Silva ao gabinete ora emporcalhado do Planalto. Mais que grandeza pessoal, a renúncia neste caso e o imediato apoio ao ex-Presidente evitará a derrota eleitoral do renunciante. Fato que pode até funcionar como uma borracha em relação à fuga para Paris, faz quatro anos. Se isso ocorrer, e Lula for mais uma vez posto a subir a rampa do Palácio, aumenta a probabilidade de o ex-Ministro participar do Ministério, mesmo que Henrique Meirelles possa de alguma forma sentir-se incomodado. As teses econômicas de um não batem com as do outro. Coisa de somenos, desde que Geraldo Alckmin e Lula têm a mesma proximidade ideológica que o ex-governador do Ceará de quem agora se solicita a renúncia mantém com o ex-Presidente do Banco de Boston. A carta endereçada a Ciro Gomes pelas personalidades acima mencionadas e tantos outros mais pode até ser gesto cobrado pelo próprio destinatário. Afinal, experimentado na política, ele não gostaria de somar à perda política, o sabor amargo da derrota eleitoral. A carta, como a imagino e penso sobre as razões e negociações que desembocaram nela, pode ser a saída de honra de um palco em que os protagonistas são apenas dois. É difícil no cenário político esconder-se nas coxias, quando falta espaço no palco. Nos cálculos de Ciro não há de faltar atenção para o registro civil de nascimento. Lula, aos 76 anos de idade, pretende coroar sua vida política talvez até resgatando promessas que não logrou cumprir, e dando caráter irreversível à tentativa de alterar algo na estrutura social do País. Como reduzir a desigualdade (mais que a pobreza) e manter a terceira refeição sobre a mesa de milhões de famílias brasileiras. Ciro ainda não chegou ao 70. Logo, desde agora pode começar caminhada menos desfavorável em direção ao sonho de sua vida. Torna-la viável dependerá dele - e de Meirelles. Não se imagine que será diferente.
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