Dentre as obsessões que povoam (e somente elas) a mente do Presidente da República, a niobiofilia talvez seja a mais saliente. Está nessa possivelmente única simpatia presidencial o empenho em fazer de parte do território nacional, se não dele todo, imensa mina a ser explorada em suas entranhas e elevados, a todo instante. Nos últimos três anos, cresceu 156% o número de autorizações para exploração mineral no País. Grande parte delas, referindo-se ao nióbio, de que se diz ser o Estado do Amazonas razoável repositório. Dizem os entendidos que, para obter-se 400g do material é necessário recolher 1 tonelada de matéria natural. Também é informada a relação do nióbio com setores avançados da indústria pesada, como a produção de aviões, hidroelétricas e outros. O Brasil, com Minas Gerais à frente, supre 80% das necessidades mundiais, sendo que o território daquele Estado contém reservas que dariam para atender à demanda internacional dos próximos 200 anos. Esse pode ser importante insumo, se desejarmos tomar decisões minimamente razoáveis, em que o interesse do Brasil seja maior que o dos que o têm explorado e ameaçam explorá-lo cada dia com maior voracidade. Pode-se admitir que o prazo é longo demais para afirmar categoricamente que nos dois séculos à frente ainda seremos os maiores fornecedores de nióbio à indústria pesada do Mundo. Isso, todavia, parece leviandade, a não ser que seja mantida a ferro e fogo a decisão de tornar o Brasil país absolutamente dependente das outras potências. Refiro-me ao desânimo que, pouco a pouco, vai tomando conta até de lideranças do setor econômico que apostaram muitas de suas fichas (eles nunca as apostam todas) nos que atualmente (des) governam o País. A recusa em dispor de políticas - a industrial dentre elas – públicas, e empenhar todos os segmentos no alcance dos objetivos é fator determinante que se choca com o próprio relaxamento determinado pelas autoridades, especificamente no que toca a exploração do nióbio. Porque é dos especialistas, também, a informação de que são altíssimos os investimentos exigidos para fazê-lo. Assim, ao passo em que 171 autorizações foram dadas, as hostilidades que nos impedem de atender às exigências da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico - OCDE têm nelas mais um e dos mais relevantes óbices para que um dos 10 países de economia mais rica do Mundo entre na lista dos integrantes da organização. São assim, nossos atuais “patriotas”.
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