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O futuro como compromisso

Afinal, encontro uma voz serena e sensata, na abordagem da reforma tributária e o que ela tem a ver conosco - os que aqui nasceram e os que, ádvenas apenas, transferiram-se para cá. Com malas, cuias e o desejo de juntar-se aos irmãos amazonenses em suas lutas legítimas e irrenunciáveis. Refiro-me ao artigo inserto na edição de hoje d' A Crítica, escrito por Augusto César Barreto Rocha. Diretor-Adjunto da FIEAM, o autor é também professor do Departamento de Administração da UFAM. Pelo conteúdo de seu texto, Augusto Rocha merece a atenção raramente dispensada aos que veem os incentivos da ZFM (ou PIM, se o preferirem) não apenas como fonte de enriquecimento privado. Daí a pertinência e oportunidade do comentário de Augusto César, voltado para o futuro, e sem o costumeiro lamento acompanhado do pedido de prorrogação do prazo de vigência dos incentivos. Não tem sido outra a postura dos maiores beneficiários da política econômica da Amazônia Ocidental, como se viu nos últimos 56 anos da História. A tal ponto, que o atual governador disse - sem intermediários - de seu desinteresse pela formulação de novas políticas, inclusive as que levam do potencial à efetividade as riquezas naturais. Não obstante, elas estão aí, nas florestas, no subsolo e na extenssíssima rede hidrográfica, por enquanto motivo apenas de fútil ufanismo. Se fosse resumir o que escreveu o professor da UFAM, eu diria ser marcante na sua análise a preocupação com o futuro, sem negligenciar a história e as repercussões que ela traz sobre o presente. Por isso, não há como discordar da observação do articulista: por enquanto, foi vencida uma batalha; a guerra continua posta. A conjuntura internacional e os problemas regionais recomendam abandonar as velhas concepções e as práticas que lhes correspondem, de que a reiteração do clamor pela prorrogação de incentivos é contundente exemplo. Região diferente, onde extraordinário potencial de recursos naturais se localiza, a Amazônia, geogrãfica, física e social, exige em igual proporção, criatividade e compromisso com o processo de transformação - a um só tempo necessário e urgente. Que outros estudiosos ponham seus olhos no amanhã e se façam credores do respeito de seus irmãos , não dos favores dos que mandam.


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