Há pessoas para as quais, seja qual for a situação, o mais importante é achar um culpado. Talvez aí a raiz do espírito policialesco que leva à formação do justiceiro. O uso do talião, avesso à Justiça, expediente adequado à vingança. Mesmo os que um dia ouviram falar de Beccaria nem sempre estão atentos para esse fenômeno. Observando a realidade brasileira, neste ano distante mais de três décadas, voltou-se a ouvir falar da inflação. E sofrer seus efeitos danosos, daninhos sentidos sobretudo - ou será exclusivamente? - pelos mais pobres. Assim, a Itamar Franco deve ser atribuída a culpa pelo fracasso do atual (des)governo. O Plano Real, que acabou por levar FHC ao Planalto, tornou quase esquecido o fenômeno, que alguns poucos interessados consideram causa, não consequência de todos os demais fatores da crescente desigualdade com que convivemos. Para outros, que só perdem com a inflação, esta é fruto de bem calculadas decisões. Não se trata de algo incompreensível ou impossível de combater e controlar. Gerá-lo e gerí-lo, portanto, está ao sabor de apetites e decisões dos que têm o poder. Quando já nos acostumáramos a nível inflacionário nunca experimentado, o (des) governo vigente desde 2019 encarregou-se de devolver-nos aos velhos tempos. Lógico, que para tanto vem contando com a cumplicidade dos beneficiários, antes supostos devotados combatentes contra o dragão inflacionário. Porque, eles o sabem muito bem, a inflação é produto mais social que econômico. Responde pelo modo como a riqueza é distribuída. E, também é coisa suficientemente sabida, maior a desigualdade, melhor para esses falsos inimigos da inflação. A sabedoria deles, menor que seja em relação aos valores humanos, vai ao ponto de reconhecer que a inflação é consequência, não causa de decisões. Estas, políticas sempre! Eles, ganhando sempre - e cada vez mais!
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