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O barro dos pés

Um a um, os mitos de pés de barro caminham para a sepultura. Não me refiro à morte física, de que Tânatos e seus seguidores se ocupam. Dou atenção, porém, à trajetória de alguns indivíduos, que morrem sem dar o tão prosaico último suspiro. Continuam respirando, deambulando por toda parte, enchendo os bolsos, enquanto apodrece dentro de si o que os faria humanos. Refiro-me, nesta passagem, a um deles, que o mais alto colegiado do Poder Judiciário considerou desonesto. A quanto equivale o vocábulo parcial, forma de comportamento assumida por Sérgio Moro, quando pelo cargo público ocupado, dele podia ser exigida em grau maior a dignidade essencial a um magistrado. Não obstante, certa parcela da população deixou-se enganar, por ele e pela máquina publicitária que alimentou as ambições e a voracidade com que foram proclamadas. Daí a julgar-se um salvador da pátria, um rápido e rapaz salto. A polarização entre outros seres transformados pelos fanáticos em mito engordou o apetite do ex-juiz, ex-sinistro da Justiça e ex-empregado de empresa estrangeira de alguma forma ligada aos delitos cuja apuração, investigação e julgamento ele coordenou. A Presidência da República seria seu destino. Para tanto, a subserviência de parte dos media usaria sua reconhecida criatividade. Se caminhos não havia, seria aberta e pavimentada uma terceira via. Em tempo recorde, o juiz parcial desmentiu a primeira falácia - recebeu a paga, com outro cargo pago pelos contribuintes. No mesmo saco não cabem espertezas concorrentes. O protetor saiu, e não o fez de mansinho. Só quando viu baldado qualquer esforço para chegar ao mais alto degrau do pódio tribunalício. De nada adiantou o mandato servido na bandeja ao protegido. Vazou... Em seguida, a sedução por um punhado de dólares. Agora postos sob o olhar dos órgãos oficiais de controle. Chegada a hora de procurar novo emprego, a filiação a um partido politico. Sempre fiel a seus inconfessáveis mas já conhecidos propósitos, ingressou num deles - o Podemos. Por enquanto, o máximo a que pode chegar o indivíduo ambicioso e parcial foi a outro partido. Já não quer ser Presidente. Basta-lhe um mandato que o ponha ao abrigo da impunidade legislativa. No caso dele, assim mesmo entendida. Quem chama cônjuge de conje não exageraria...


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