Governabilidade é uma expressão que assumiu foros de fetiche. Por dá cá aquela palha, ela surge, a justificar ou pretextar qualquer propósito. Não raro, sem nenhum propósito. Quando os partidos políticos proliferam com a mesma rapidez das ervas daninhas, é compreensível tecer alianças que propociem condições mais favoráveis à aprovação das propostas e projetos oriundos do Poder Executivo. Não é diferente em qualquer país que ostente certo verniz democrático. Compreenda-se, por isso, a busca de apoio no Congresso, tarefa tão mais complexa quanto maior o número de legendas partidárias com assento nas duas Casas. Importa pouco, por inoportuna, a discussão sobre a pulverização das legendas. A realidade está posta: promessas e projetos não passam sem a participação dos partidos na máquina de governo. Nem a conquista de aliados que deem base e emprestem adesão aos projetos oriundos do Poder Executivo. O que se pode discutir, portanto, é o fundamento da tal governabilidade. Dizer que ela terá sempre que privilegiar o toma-lá-dá-cá costumeiro porque não se vislumbra outro caminho, parece-me sobretudo aplaudir o que, até ofensivamente agride o espírito do santo de Assis. O art° 3° da Constituição diz, com todas as letras e de maneira extraordinariamente transparente, dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. Pois ali está contida a fórmula da liga que haverá de reunir forças capazes de levar adiante um projeto de nação. O resto é, mais que esperteza, a confissão de profundo pauperismo político, se não for prova contundente dos maus propósitos dos que governam ou desejam governar.
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