O tamanho do homem, ou do que a ele pretende assemelhar-se, não é dado pelo tamanho do fêmur. A visão do Mundo/ mundo (obra da Natureza/produto dos homens) e a compreensão do papel que cada um desempenha, o ser-no-mundo, é a melhor medida do homem que o sabe ser. Comparo, ainda que correndo o risco de desrespeitar o emigrante nordestino que o povo brasileiro fez duas vezes Presidente, as entrevistas por ele mesmo concedida ao Jornal Nacional e a de seu detrator habitual. Comparo-os, menos
pelo que vi e ouvi nos dois recentes momentos, mas pela trajetória de ambos. Enquanto um esforça-se por escapar à inevitável prestação de contas às autoridades policiais, parlamentares, judiciais e penitenciárias, o outro recusou ver-se posto em liberdade. Mais que isso, Luis Inácio Lula da Silva preferiu submeter seus atos à apreciação do Poder Judiciário. Quanta diferença! O resultado dessa postura, republicana e democrática em qualquer sentido, foi ter a mais alta corte de Justiça do País decretado a parcialidade do justiceiro da República de Curitiba, o Galeão de vôo baixo, quase sete décadas depois. Entre passar para a História no registro das páginas mais sujas, sem brilho e ultrajantes, ou seguir exemplos dignificantes, Lula optou pela segunda alternativa. Diferente de Getúlio Vargas, não atirou sequer em si mesmo. Manejar armas não é próprio dos que amam a Vida, vivem sem fantasmas e não hospedam demônios dentro de si. Nélson Mandela, tanto quanto Luis Carlos Prestes, passou décadas de sua vida no cárcere. Ninguém, no Mundo todo, os esquece. O candidato ao terceiro mandato de Presidente certamente há de pensar exíguo o tempo de prisão a que o levou a parcialidade de um reles justiceiro. Por isso, fez-se o estadista que uma nação forte e respeitável sempre haverá de respeitar. E escolher, sempre que chamada.
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