Rir, porque nada seria mais ridículo que a intervenção do senador zero um na oitiva dos candidatos ao STF e ao Procurador-Geral, talvez fosse o melhor. Melhor que isso, porém, é dar à participação do representante do Rio de Janeiro no Senado o tratamento austero exigível. Embora destituída do mínimo de austeridade, a intervenção do parlamentar levantou suspeita de que Flávio Dino, seu xará, usaria a Polícia Federal para atender aos seus propósitos no Ministério da Justiça. Como se ele, o interrogador, não fosse exatamente aquele que o pai disse estar defendendo, ao pretender transformar o órgão policial em um puxadinho do Palácio do Planalto. Não sou eu quem o diz, nem qualquer dos parlamentares que integram a comissão que ouviu os candidatos àqueles dois importantes postos da República. A reunião de 22 de abril de 2019, gravada e com certeza mantida no acervo histórico do Estado brasileiro, dispensa esforço investigativo mais laborioso. Foi lá, entre e com palavrões audíveis com frequência nos piores prostíbulos e covis de delinquentes, que se testemunharam a confissão de que a Polícia Federal estava sendo usada pelo inquilino do Planalto, além do objetivo a que isso se destinava: impedir que seus familiares fossem (o respeito aos leitores impõe o eufemismo) molestados. Nem sempre a gargalhada pode ser aplicada ao ridículo assistido. O nojo pelo autor da ridicularia cabe melhor. Não fosse a piedade alternativa também aplicável. Nojo e pena portanto, se compatíveis.
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