Sempre fui dos que negam a possibilidade de coincidência completa entre a realidade e a exata percepção individual a respeito dela. Considero pequeno o raciocínio que leva à qualificação de realista a pessoas que falam da percepção que têm das coisas, das gentes e de suas relações. Prefiro considerar duas visões de mundo, uma orientada pelos valores da Vida; outra, oposta, que põe como valor mais alto a certeza da morte. Os primeiros são chamados otimistas. Acreditam no sentimento de Esperança e orientam suas decisões e ações pelo propósito de serviço às melhores causas humanas. Geralmente estão de bem com a Vida, a deles mesmos e a dos outros. Não confundem seriedade com carranca, nem acumulam frustrações não resolvidas. Por isso, são poupados do constrangimento com o o êxito alheio e o sentimento de inveja. Nos pessimistas é frequente ver-se o indivíduo inseguro, invejoso, quando não vítima de preconceitos e complexos, o de inferioridade sobretudo. As decisões e ações deles, orientadas pelos piores sentimentos de que um ser dito (nem sempre com propriedade e justiça) humano é portador, sempre expressam ódio, vingança e desamor à vida - a dos outros em primeiro lugar; depois, a deles próprios. Insatisfeitos com a Vida que levam, pretendem uma igualdade que a todos atinja. Desejam igualar os outros, os que têm visão de mundo positiva, resultando disso o culto a tudo quanto se aproxime da dor, do sofrimento e da morte. Desta tornam-se cultores reverentes e submissos. Chegam ao ponto de ignorar e desdenhar do conhecimento e da Ciência; odiar os que pensam ou agem diferente; humilhar os que consideram otimistas ou utópicos; perseguir os que propõem visão de mundo diversa em relação à sua própria. Em boa e antiquada linguagem, o que era chamado espírito de porco. Mesmo se esta expressão não combina e se oponha às descobertas científicas mais recentes que dão aos suínos a qualidade de animais mais próximos do homem, no quesito inteligência. Hoje, pelo que essencialmente são, e pelas condutas malignas que gratificam seu ego, chamamo-los negacionistas. Destituídos de esperança, são cegos à evidência e intolerantes com a alegria. Todo e qualquer que sintam diferente deles mesmos será sempre objeto do ódio que trazem consigo e sequer sabem como lutar com os demônios que habitam sua mente e coração. Uns pobres coitados - diria meu inesquecível pai.
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1 comentário
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mas também são esperançosos.
Vivem esperando o golpe.