Há fenômenos facilmente compreensíveis aos quais são emprestadas características que forçam vê-los como complexos. Tudo, para garantir o melhor quinhão para os que promovem, estimulam e exploram a ignorância alheia. Alhos e bugalhos misturam-se, porque da confusão pode ser tirado bom proveito. Profeticamente, ainda no séc.IV, um Bispo da Antióquia afirmava ser o dinheiro o esterco da sociedade. Basílio, mais tarde feito santo, anunciou aonde nos levariam a ambição, a usura e o egoísmo. Previu, antes mesmo da acumulação de que o mercantilismo foi a catapulta, qual o destino da sociedade humana, submetida àqueles valores nocivos à sociedade humana. Não deu outra. Tudo se transformou em bem venal, o que significa dizer passível de ser vendido e comprado. Pelos mesmos que veem erro na venda de uma sentença pelo magistrado desonesto ou a prostituição promovida pela mãe da bela jovem, ou, ainda, no uso do cofre público pago com a propina dos moralistas de araque. No processo antevisto pelo sacerdote oriental inclui-se o uso de bens naturais, postos no mercado como qualquer objeto produzido pelos homens (e mulheres, dirão aqueles em que escasseia o bom discernimento). Sendo o mercado, por definição e história, não mais – nem menos – que o local em que oferta e procura se encontram para firmar o preço, e sendo o preço pago em dinheiro, cresce a contribuição de São Basílio à compreensão do mundo em que vivemos. Afirmo isso, ao lembrar que não demora, as nações discutirão as ameaças que pairam ou se vêm registrando contra o ambiente do Planeta. Uma delas tem a ver com os efeitos do gás carbônico. Neste particular aspecto, a desertificação desempenha papel determinante. Cada árvore derrubada eleva o grau de risco para a vida humana. Como para o sistema de mercado interessa mais o preço que a vida, tudo indica que a solução para o problema em nada alterará os fundamentos da sociedade do esterco. Transformar o sequestro de carbono em objeto de compra-e-venda aparenta ser proposta destacada da próxima COP26. O que a vontade dos homens e os interesses de grande parte deles defende não é torná-los mais generosos e menos egoístas. Sem esquecer que incluem em seu rol de mercadorias a serem vendidas, as árvores em pé. Não se duvide que muitos dos que enriquecerão à custa disso um dia receberão eterna gratidão, como benfeitores da humanidade. Haja esterco!!!
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