Criado em 1954, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia completou 68 anos sem ter muito o que comemorar. Não porque lhe faltem resultados significativos no cumprimento de objetivos que justificaram sua criação. Os ataques frequentemente assacados contra a instituição e os que dão vida a ela não cessam, em consonância com o desprezo pelo conhecimento e a Ciência, promovido pelo (des)governo federal. É certo estar totalmente ultrapassado o período infantil do INPA, quando o sentimento despertado no seio da população do Amazonas era, para dizer o mínimo, de desconfiança. Detentores de conhecimento negado à porção majoritária da população, os pesquisadores - não apenas os do INPA - davam a impressão de pretender-se consultores de Deus. A essa percepção correspondeu, na fase infantil do Instituto, a sensação de que o coletivo que eles formavam constituia-se em gueto. Quanto menos interagissem com os nativos, mais preservada estaria sua sapiência. Era assim, justa ou injustamente é impossível dizer-se, a imagem do INPA. Essa é fase definitivamente sepultada. Pouco a pouco, e mostrando dedicação ímpar ao desvelamento das diversas formas de vida no interior das florestas e rios, o INPA e os profissionais que o integram alcançaram o prestigio, o respeito e a admiração que hoje a população do Amazonas, da Amazônia Continental, do Brasil e de outros países lhes dedicam. Disso, simples consulta à lista de parceiros públicos e privados de todos os continentes dão o melhor e indesmentivel testemunho. Era hora, portanto, de serem comemorados os expressivos e úteis resultados do trabalho árduo e permanente do INPA. As perdas contabilizadas, frequentemente e com justiça atribuíveis a quem lhes deveria prover das condições de permanente ampliação e estimulante apoio, não permitem outra coisa, comemoração muito menos. É hora apenas de resistir.
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