Mulher e Vida

Nosso tripulante assíduo, o filósofo e professor José Alcimar de Oliveira enriquece nossa nau esta semana, com reflexões fundamentais sobre o ser humano. Especialmente, sobre aquelas que, sendo filhas, fazem-se mães, tenham ou não tenham carregado em seus próprios ventres o produto do seu amor e a entrega de seus dias à vida de outros. A vida de todas tem sido marcada pelo jugo, pelo preconceito, pela violência que tenta diminui-las, espezinhá-las, excluídas da própria Vida. Não obstante, elas persistem. E dão a nós, homens escondidos atrás de nossas próprias fraquezas, as lições que nem sempre sabemos aprender. José Alcimar capta esse traço da realidade de nossos dias, em que festejar a mulher não pode ser diferente: mais que tentar protegê-las, estimulá-las; mais que agredi-las, oferecer-lhes oportunidades; mais que cortejá-las inadequadamente, reverenciar sua permanente empatia, a compaixão sem tamanho tantas vezes revelada. Não sejam esquecidas, também, as mães transformadas em pai-e-mãe, às quais está entregue a criação de tantos e tão sofridos rebentos. Aquelas que, sequer sempre desfrutando da alegria da casa cheia de crianças, são as responsáveis por suprir a mesa dos filhos, para tanto sendo submetidas a regime de trabalho experimentado apenas quando ainda era comum a escravidão. Não é que se possa dizer, com a consciência tranquila e o sono garantido, estar totalmente eliminada a exploração de uns sobre os outros-- as outras, sempre será de bom aviso afirmar. Há que considerar, no entanto, ter-se iniciado novo ciclo histórico, do qual resultará a verdadeira libertação, agora sim, tanto das mulheres, quanto dos homens. Pois é disso que trata nosso bravo e lúcido tripulante José Alcimar, a quem os adasmatores, trajem a roupa que trajarem, façam tonitruante seu grito aterrador, tragam nas mãos as mais mortíferas armas jamais intimidarão. É do editor deste blog, igualmente, o sentimento expresso pelo autor de Sete mulheres irredentas, que nosso Espaço Aberto abriga, aberto que está à aventura humana mais relevante – a VIDA