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Motivo não falta

Não sei o que esperam os deputados que se apresentam como oposicionistas para pressionar pelo processo de impeachment contra o Presidente da República. Motivos e fundamentos legais abundam. A recalcitrância e o enriquecimento quase diário do rol de ilícitos não cessam. Se é medo do General-vice-Presidente, nem isso justifica a omissão dos parlamentares. A não ser que tenham o rabo preso e não se sintam encorajados a resistir, se Mourão repetir o titular. Por muito menos - ponham menos, nisso! - os golpistas tiraram Dilma Rousseff do Planalto. Não há quase um só dia em que o ex-capitão excluído das forças poupe os cidadãos brasileiros de sua ira autoritária e de seu instinto genocida. Há quem identifique nele alguns traços psicopáticos, mas essa é hipótese que descarto. Não consigo esquecer o que um militar digno, Joaquim Magalhães Cardoso Barata, afirmava, para contestar a alegação de sofrimento mental, quando algum correligionário assaltava os cofres públicos. Os mais chegados ao acusado corriam para impedir que o velho participante do movimento tenentista no Pará punisse o (chamemos pelo nome certo) ladrão. A reação de Barata, austero, sem encenar indignação e friamente era perguntar sobre o correligionário faltoso: ele rasga dinheiro? Anda nu nas ruas? Come fezes? À resposta das três perguntas, o interventor depois governador constitucional do Pará respondia: mandem-no para a cadeia. Estamos conversados. Com a Justiça ficava o resto. Os ataques à democracia e os desafios à Constituição, agora agravados com o balão de ensaio anunciado pelo Procurador-Geral do Presidente (não da República), não cessam, sem que disso pareçam tomar conhecimento os parlamentares.

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