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Juntando fomes

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

Quando a fome se junta à vontade de comer, tem-se diante de nós perspectivas sombrias ou alvissareiras. Faz cerca de quatro anos, vimos atravessando período histórico em que os apetites integraram tudo quanto se presta à maldade humana. A mentira campeou livre e solta, a Ciência sendo enxovalhada; o amor sendo humilhado pelo ódio; a paz comprometida pelo culto à violência e às armas que facilitam sua efetivação. Tais manifestações do casamento da fome com a vontade de comer serviram para devolver o Brasil ao rol dos países onde a morte por inanição é fenômeno marcante. Nada de surpreendente, quando o encarregado da Economia nacional não se peja em dizer, diante de câmeras de televisão, que "pobres não trazem nenhum ganho". Se, ao prato de mais de 30 milhões de brasileiros não chega o alimento necessário a mantê-lo vivo, outros sofrem a redução em sua qualidade de vida por efeito da devastação da floresta, da poluição dos rios, da exploração desenfreada da natureza. Também disso se soube, desde que a aflição da pandemia chegada às terras que um dia foi dita da Santa Cruz daria o mote para fazer a boiada passar. E outra coisa não tem feito a boiada, nem fracassados se encontram os pastores que a tangem. Em meio às frequentes manifestações de desamor ao próximo, submissão aos piores sentimentos de que se fazem portadores os agentes públicos, sempre há e haverá de registrar-se fato digno de soar alvissareiro. A renúncia de André Luis Janones ( Avante) e sua adesão à candidatura de Luís Inácio da Silva diz disso. A fome e o compromisso de ambos com o combate tenaz e permanente a ela foram a pedra de toque do pronunciamento de ambos, na televisão. O programa da grade normal da emissora foi interrompido, para que parte do programa a ser seguido, a partir de 01 de janeiro de 2023 fosse dado a conhecer. Com uma circunstância animadora: a devolução das milhões de famílias brasileiras em situação de fome, à condição antes desfrutada, que levou a Organização das Nações Unidas a declarar o Brasil fora da gigantesca comunidade de famintos que habitam o Planeta. Mais animador saber, ainda, que tal objetivo - a alimentação satisfatória da multidão de pobres - é factível. Não porque tenha sido prometida por um candidato à Presidência e seu apoiador. Sobretudo, porque o passado mostrou fartamente a viabilidade da façanha. Foi durante o período de governo de Lula que a comunidade internacional conheceu que as prédicas de Betinho e a experiência do ex-líder operário influenciaram o seu alcance. Como a comprovar que se a fome é produto da acumulação de uns poucos, sempre haverá aqueles em que a vontade de comer é tida como direito mais que necessidade da parte mais envolvida nas ações que reproduzem a riqueza alheia, enquanto reduzem os outros à subsistência ou à inanição. A parte do programa do candidato que parece em vias de voltar a subir a rampa do Planalto e tem como objetivo a repetição de uma de suas maiores proezas, por justiça deveria chamar-se Capítulo Betinho. Todo zero só é saudável e justo se referido ao que não presta. Fome Zero!!!

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