Inspiração caymmiana*
- Professor Seráfico

- há 13 horas
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Mercado Adolpho Lisboa
Matheus Seráfico
Meu olhar de peixe morto
não recreia pescador
Meu pé-quente na fisgada
é pé-frio no meu amor
O tambaqui, quando ‘garra,
dá cangapés de traíra
E quando a vara embodoca,
ela jamais se desvira
Meu olhar de peixe morto
não recreia pescador
Lá pros tempos de eu menino,
igarapé sem fedor
Tucunaré que encharuta
dá c’oas bocas no caniço
E quando a lua dá tchibum
é que a esperança deu nisso
Meu olhar de peixe morto
não recreia pescador
Palafita, se balança,
é que a cheia vem repor!
Pirarucu quando dá c'o olho
nas bananas sobre a canoa
Ou a pesca acaba em boquera
ou abastece o Adolpho Lisboa
Meu olhar de peixe morto
não recreia pescador,
Ai, cunhantã, minha mais nova,
foi Solimões quem a levou!
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*À moda de Caymmi, o poeta escreveu letra que ainda pretende musicar.

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