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Identitarismo, democracia e direita

Autor de O Povo contra a Democracia (Companhia das Letras, 2019) Yascha Mounk

volta a abordar problemas que têm a ver com os percalços por que passa a democracia nos países que tentam conquistá-la ou consolidá-la. Entendo oportunas as considerações que ele tece, em relação à pauta identitária inspiradora de movimentos dispersos em quase todos os continentes. Disso tenho falado e escrito, sempre pondo em relevo o prejuízo que a defesa intransigente, às vezes exclusiva, traz para a luta em favor da democracia. Talvez porque, se a desejamos realmente, a busca deve iniciar-se pelos pontos de convergência, tudo quanto aproxima e reúne os democratas, não por divergências que se têm mostrado úteis aos outros - preconceituosos, excludentes e belicosos. A análise do populismo de extrema direita que conquistou o poder em muitos países, prepara-se para renová-lo em outros e alimenta o mesmo objetivo nos demais, é o tema da nova obra de Mounk, A armadilha identitária. Repassando a experiência recente de muitos paises europeus, dentre eles a Holanda, a Hungria, a França, a Espanha, o escritor considera Donald Trump como o grande inspirador do movimento direitista no Mundo. O mau exemplo do empresário e homem da comunicação tantas vezes acusado de sonegação além de outros crimes, estaria espalhando pelo mundo valores e sentimentos do mais agressivo populismo. No mesmo sentido, o historiador Mark Lilla destaca que o identitarismo vem minando a busca de consensos e fortalecendo i discurso ppulista. Já Antônio Costa Pinto, cientista político da Universidade de Lisboa diz que a extrema direita se aproveita da crise de representatividade dos partidos demicráticos tradicionais, os desafios da globalização e a intensificação do fluxo migratório e a reação à corrupção parecem estar na base desse processo. O que mais pode ser dito, como contribuição a essa sintese do que pensam respeitados estudiosos da democracia? Talvez indicar que não so os partidos democráticos enfrentam séria crise, haja vista o que ocorre entre nós, de que o grande exemplo é o PL. Os desafios da globalização, que acenam positivamente aos que exportam comoditties e dão preferência a alimentar os porcos estrangeiros que as pessoas brasileiras, podem ter vários significados e não no mesmo grau de influência no processo político dos países. A imigração defendida pela extrema direita é apenas seletiva. Ela dá preferência aos que pode explorar sem qualquer constrangimento, como é o caso dos latino-americanos tratados como escravos no Brasil e os africanos explordos pelos franceses. A reação à corrupção takvez seja o tópico menos vigoroso do processo social do presente. Em geral, os que aparentam extrema indignação e trazem o cenho cada vez mais carregado terão o dia em que todos saberão de suas práticas. A pauta de costumes, incluindo o nojo à corrupção, não resiste a uma boa investigação dos órgãos policiais e de segurança. Isso inclui desde crimes contra a natureza até o tráfico de drogas. O exemplo pode vir de muitos oaíses, continentes afora, a partir do Brasil. Onde até aviões oficiais transportaram droga, e não faz muito tempo. Melhor é encontrar consenso que torne mais fracos os louvadores das ditaduras, que perder energia com a divisão provocada por excessos que o identitarismo vem produzindo.


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