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Guerra e paz

Se há ou havia liras tocando mais que a pauta da Câmara dos Deputados, nada posso afirmar. Se eram servidos banquetes como os que preparavam Marco Antônio para as refregas entre os lençóis, muito menos. Sei, porém, que o lema preferido datava de alguns séculos. Si vis pax, para belllum, aprendi nas aulas de latim do Colégio Estadual Paes de Carvalho, na década dos 1950. Eu, um adolescente; o colégio, sediado na mesma praça em que estava e permanece o Comando Militar do Norte. Ser da pax ou optar por bellum é coisa que pode dividir os homens (os seres humanos e os a ele assemelhados, diriam outros). Ao que se sabe, não houve um só dia, desde a que pensávamos seria a última grande guerra terminou, sem que houvesse algum conflito armado em algum lugar do Planeta. Para isso tem trabalhado boa parte do parque industrial espalhado pelo Mundo; a esse objetivo se tem dedicado numeroso contingente de políticos, com semelhante distribuição geográfica. Quem chamou o governo norte-americano de complexo industrial militar não fui eu, mas o Presidente Dwight Eisenhower - ele mesmo um general que combateu na Segunda Grande Guerra. Até um ano antes, era para a Síria que convergiam os olhares - dos produtores de armas, dos que não as produzindo delas tiram também proveito, dos dirigentes de países, dos representantes que se dizem do povo, de belicosos por índole, vocação, adestramento ou carentes em suas taras e obsessões. Também dos que desejam e lutam, como Quixotes extemporâneos ou temporões, por um pouco que seja de Paz. Hoje, os olhos - e, com eles, cobiças e ambições - do Mundo são levado a mirar a Ucrânia, território onde o governo dos Estados Unidos da América do Norte e seu braço longo e armado, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), decidiram travar mais uma guerra. Dizer dantescas as imagens que agridem nossos olhos e nossos sentimento seria muito pouco. Ao inferno levado ao povo ucraniano não chegou o que de poesia há em Dante Alighieri. O inferno literário jamais será como o inferno da guerra. Não obstante, há os que se dispõem a, corram o risco que correrem, buscar uma saída de que resulte o restabelecimento da Paz, se ela algum dia existiu. No conflito que Biden e Putin mantêm no país do Leste Europeu, o papel do Brasil pode ser determinante. Mais que isso, dignificante. Se a resposta das partes reciprocamente hostis aprovar a oferta do Tripresidente brasileiro. Lula expressamente se ofereceu para mediar a pendenga bélica. Os governos envolvidos parecem dispostos a levar a sério a oferta. No Brasil, há quem acredite que Luís Inácio Lula da Silva terá êxito - na assunção do encargo e no resultado de sua missão. Muitos já o veem como candidatíssimo ao Prêmio Nobel da Paz. Não seria dele o prêmio, se o ódio fosse o critério de escolha.

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