Em 1823, antes da criação do exército, os militares já indicavam que sua missão não seria de proteção do território nacional e sim de um plantão permanente do golpe político. E assim se seguiu, passando pela Proclamação da República, pelos golpe de Deodoro da Fonseca, pelo movimento de 1930, o Estado Novo, até chegar em 1964.
No golpe de 1964, os militares brasileiros mostraram toda sua perfídia antinacionalista. O movimento golpista foi todo montado em conluio com o governo dos Estados Unidos, que criou a Operação Brother Sam para dar suporte militar à derrubada do governo constitucional. Na costa brasileira, porta-aviões, porta-helicópteros e destróieres americanos para garantir o sucesso da quartelada.
Nunca houve um sentimento nacionalista nas forças armadas do Brasil.
Instaurada a ditadura, o caminho foi o do crime contra a vida de todos que se opunham ao golpe e defendiam a democracia.
Na economia, o endividamento externo saltou de 3 bilhões de dólares em 1964 para 102 bilhões de dólares em 1984, representando 54% do PIB. Deixaram uma inflação de 223% em 1985. Os salários dos trabalhadores sofreram uma defasagem histórica com a política de arrocho salarial, como ficou conhecida. Na década de 70 houve um crescimento grande do PIB, mas também cresceu a concentração de renda. Quem era rico ficou mais rico e quem era pobre ficou mais pobre.
Para evitar que a corrupção se tornasse pública, amordaçaram a imprensa, os órgãos de fiscalização e a polícia. Mesmo assim, casos de contrabando e tráfico de drogas envolvendo militares vieram à tona, assim como o da lutfalla, Camargo Correa, caso Baumgarten e o caso Coroa-Brastel.
Enfim, não há nada que se possa abonar as forças armadas brasileiras. O que se vê hoje é a continuidade de uma história deplorável, sem honra e sem ética.
Lúcio Carril
Sociólogo
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