O voto do novo Ministro do STF, o advogado Cristiano Zanin justificou críticas e louvação. Criticam-no os mesmos que condenam Kássio Nunes e André Mendonça, por fazerem parte da tropa de choque judiciária do ex-capitão excluído das forças armadas e tornado inelegível. Combinadas, as críticas aos serviçais do ex-Presidente e as que agora são dirigidas ao advogado do tri-Presidente incorrem em imperdoável contradição. A não ser que os descontentes aprovem e aplaudam a conduta antidemocrática, terrorista e golpista do antecessor de Lula. Afora esse aspecto pouco edificante, resta a ignorância ou simples desdém dos críticos, quanto às prerrogativas da magistratura. Vemo-la como instituição republicana, daí os desvios não deverem ser observados senão com o simples cumprimento da Lei. Punam-se os indivíduos infratores, não apenas como exemplo a terceiros por ventura inclinados a repetí-los. A punição no seu mais pesado rigor é a única forma de prestigiar e preservar a instituição e revelar seu repúdio às praticas criminosas. O mesmo que parte do oficialato brasileiro tem rejeitado. Pois bem; Zanin votou de acordo com sua consciência, porque para isso ele foi guindado à posição que hoje ocupa. Desfrutando da irredutibilidade de seus vencimentos, da inamovibilidade que evita eventual transferência para outro local e a vitaliciedade são, porque sempre foram e hão de ser livres para exercer com dignidade seus mistéres constitucionais. Nem todos agem assim. Que sejam, então, submetidos à justa persecução. Zanin, ao invés da gratidão que alguns pensam obrigatória, preferiu seguir sua própria consciência. Nada além disso.
Lula, conhecedor astuto da alma humana, passará a respeitar ainda mais seu ex-advogado.
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